sexta-feira, 9 de abril de 2010

Boas Palavras...


Quente Refúgio


      Não era grande o espaço, porém não era pequeno a ponto de ser claustrofóbico. Bom, em sua medida, exato.
      Quente, macio, o pão assando no fim da tarde. E o aroma marcante,pessoal. Cachimbo, madeira, café.
      Antigo, misterioso, cativante... as palavras suaves e finas escorrendo pelas páginas. Areia nas mãos, saindo pelo couro velho da capa, que poderia protegê-la da chuva que acabara, e restícios tocavam uma suave melodia, de tilintar na janela. Preenchia o quente e esvaziava uma mente conturbada.
       O estofado vinho do sofá vitoriano era convidativo, a ser apreciado com um clássico romance de Jane Austen.
      A porta enorme era um chamado tranquilo, como se sussurrasse poemas de amor abaixo da janela, na qual as flores estavam por chorar, com as gotículas nas faces de variadas cores.
      Um romance antigo, esconderijo de amantes, desfecho de novela. Apenas um lugar quente de sonhos e paz. O refúgio da realidade.



Texto de Giulia Parrini, produzido na aula de Redação da turma 1º ciclo14
Professora: Alice

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